As árvores são fundamentais no ciclo da água e na manutenção de um clima equilibrado na Terra. Elas transferem volumes colossais de água do solo para a atmosfera através da transpiração, influenciando ciclos de chuva e seca, e ajudam a recarregar aquíferos que abastecem rios e reservatórios por meio de suas raízes que funcionam como imensas esponjas.
Para medir a saúde de uma árvore e saber o quão “sedenta” por água ela está, os cientistas geralmente acoplam instrumentos de medição nela. O problema é que esses esquipamentos são caros, sensíveis à intempéries e por terem formato de caixa facilmente atraem serpentes, aranhas e outras criaturas.
Mas um pesquisador da Universidade Técnica de Delft, na Holanda, defende um novo método, segundo ele mais barato e prático, para fazer isso. Em sua tese de doutorado, Tim van Emmerik mostra como o uso de satélites pode ajudar e medir a sede das árvores e identificar onde ações corretivas são necessárias.
“A sensibilidade de satélites ao estresse hídrico na vegetação tem sido objeto de discussão há anos. Infelizmente, houve observações insuficientes para testar a teoria até agora”, diz Emmerik. Para provar que a tecnologia é uma alternativa confiável, ele resolveu comparar as medições por satélite com o que acontece no chão.
Juntamente com seu colega Rolf Hut, Emmerik teve a ideia de usar acelerômetros, instrumentos que medem o movimento como uma alternativa acessível para analisar informações sobre precipitação e evaporação na Amazônia. “Se a floresta tropical se tornar cada vez mais seca ou reduzir de tamanho por causa do desmatamento, isso terá um impacto nos ciclos de água e carbono e poderá contribuir para as mudanças climáticas na Terra”, diz ele em comunicado da universidade.
Para investigar o impacto do estresse hídrico na floresta tropical, foram instalados instrumentos em 19 árvores na Amazônia brasileira para medir seus movimentos. A forma como as árvores se movem depende de várias características, como a massa da árvore, a quantidade de água que permanece no dossel das folhas e quanto a árvore interage com a atmosfera, e até mesmo das estações do ano.
A pesquisa assumiu que as mudanças nos movimentos são resultado de mudanças na massa das árvores, causadas pelo flutuação do teor de água ou da perda de folhas por déficit hídrico. Os pesquisador então contrapôs esses dados com as imagens de satélites baseadas em tecnologia de radar e constatou que os satélites são extremamente sensíveis ao aumento do estresse hídrico na floresta.
Fonte: Portal Exame/Abril
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