Enquanto no Brasil há a ameaça da exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas onde recentemente foi descoberto um banco de corais de mil quilômetros de extensão, Belize, um pequeno país da América Central baniu, na semana passada, a prospecção e exploração de petróleo no entorno da Rede de Reservas dos Recifes da Barreira, onde os recifes de corais já vinham sendo destruídos pelo aquecimento e acidificação do Mar do Caribe. Considerados os mais intactos do planeta, os recifes de Belize se estendem por 220 km, a segunda maior extensão do hemisfério ocidental.
Na sessão do dia 20 de outubro, na Câmara dos Deputados, o governo de Belize apresentou um projeto de lei que busca impor uma moratória sobre a exploração de petróleo e suas demais operações nas águas do país, sobretudo na região do Belize Barrier Reff, sítio do Patrimônio Mundial da Unesco que abriga mais de 500 espécies de peixes e 60 de coral. "A qualidade de nossas vidas depende da integridade dos recursos naturais. Os meios de subsistência dos milhares de belizenses que dependem dos recifes não são descartáveis", destacou ao Belize News Jannel Channona, presidente da organização ambientalista Ocean Belize.
Channona acrescentou ainda que "esta legislação fará do Belize um líder na proteção de corais e na salvaguarda dos ecossistemas costeiros e marinhos, ações que provavelmente lançarão iniciativas semelhantes em todo o mundo".
O Sistema de Reserva de Barreira de Recife de Belize fornece renda para quase metade da população do país de 370 mil habitantes, por meio do turismo e da pesca, e corresponde a 15% do PIB (Produto Interno Bruto) quando as receitas da pesquisa científica são incluídas.
Na assembleia nacional de Belize, a comunidade ambiental saudou em voz alta quando Erwin Contreras, ministro do Desenvolvimento Econômico, apresentou o projeto de lei ao parlamento. A moratória já deve começar a valer em novembro.
Fonte: Portal EcoDesenvolvimento / Foto: Fragments of Hope/Lisa Carne
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