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Sucata pós-moderna

02/07/2008

Um encontro realizado em Curitiba em 12 e 13 de junho, o I Encontro Nacional de Reciclagem, organizado pelo Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente e Desenvolvimento da Universidade Federal do Paraná (UFPR), reuniu ambientalista e pesquisadores de várias áreas, sendo um dos temas centrais o descarte de lixo eletrônico. Ignorado pela maioria dos consumidores, o destino final de aparelhos como computadores, telefones celulares e televisores representam grave ameaça à saúde do planeta, pois eles contêm elementos químicos tóxicos em seus componentes. Reaproveitar papel, plástico ou alumínio é fácil. Mas reciclar lixo eletrônico é um problema ainda sem solução. “O grande desafio é separar os metais nobres – como ouro, prata e cobre – dos elementos tóxicos, como mercúrio e cádmio”, disse o químico Júlio Carlos Afonso, da UFRJ. Para cada tonelada de computadores, recupera-se mais ouro do que em 15 toneladas de minério bruto beneficiado para extração do metal. O lixo eletrônico não é apenas um problema ambiental. Os maiores depósitos do planeta estão no Terceiro Mundo. África, Índia, Paquistão, Indonésia e principalmente a China são os mais prejudicados. Países centrais, especialmente os Estados Unidos, enviam boa parte de seu lixo eletrônico para países emergentes. “Três quartos desse material não passam de sucata”, conta Afonso. “Quase sempre são aparelhos com defeito ou estragados”. Todos esses materiais serão incinerados, e liberarão substâncias tóxicas que irão para o ar e também podem contaminar os lençóis freáticos, além de apresentar riscos para crianças que brincam nos lixões. “Resolver esse problema transcende as barreiras científicas”, na óptica do pesquisador da UFRJ. Para ele, é sobretudo uma questão de educação ambiental. “Temos direito de consumir produtos que facilitem nossa vida cotidiana e é desejável que novas tecnologias sejam acessíveis a todos”, disse. Mas o problema, segundo ele, é a velocidade com que o fenômeno da obsolescência vem ocorrendo. “A sociedade se tornou vítima do consumo compulsivo, irresponsável e sem controle, alimentado pela última palavra da tecnologia e insustentável do ponto de vista ambiental.” Fonte: Ciência Hoje On-line, 30/06/2008.

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