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Plantas reduzem a toxicidade e restabelecem capacidade de cultivo de áreas contaminadas em SP

24/06/2008

Pesquisadores da Universidade de São Paulo, biólogo Fábio Moreno e o geólogo Joel Sígolo, desenvolveram um trabalho de descontaminação do solo com plantas. Para isso, investigam as propriedades de duas plantas, a mostarda (Brassica sp.) e o girassol (Helianthus annuss). “Essas espécies foram escolhidas por serem modelos usados com freqüência em estudos de fitorremediação, pois produzem biomassa abundante e acumulam metais de forma mais acentuada do que outras”, justifica Moreno. Antes de plantar a mostarda e o girassol, os pesquisadores optaram por tratar uma parte da área estudada com turfa, um material de origem vegetal parcialmente decomposto, capaz de reduzir a toxicidade dos poluentes. “No solo tratado com turfa, a produção de biomassa vegetal (mostarda e girassol) foi até cinco vezes superior à obtida na área que não recebeu o material”, conta o biólogo. Esse aumento na capacidade de cultivo favorece a ação das plantas na recuperação do solo. O pesquisador explica que essas plantas reduzem a erosão e a dispersão de metais no solo, assim evitando sua penetração nas águas subterrâneas. Nas próximas fases da pesquisa, a equipe busca comprovar se o cromo e o níquel foram de fato estabilizados na área. Os pesquisadores também pretendem fazer um levantamento dos vegetais encontrados em outras áreas com alta concentração de metais no solo, para elaborar um banco genético e um catálogo de espécies com potencial fitorremediador. “Futuramente, essas plantas poderão ser usadas na descontaminação e recuperação de solos de outras regiões do Brasil”, avalia. A técnica pode ser uma solução economicamente viável para recuperar extensas áreas de terras contaminadas que se encontram abandonadas ou subutilizadas no Brasil. A fitorremediação também pode ser empregada para intensificar a ação de microrganismos na degradação de compostos orgânicos poluentes. Nesse caso, são usadas plantas com raízes densas e profundas (como as gramíneas), que produzem e liberam ao mesmo tempo grande quantidade de nutrientes. Essas espécies apresentam uma rizosfera com alta capacidade de colonização por microrganismos – os maiores responsáveis pela degradação dos compostos orgânicos, que são transformados em compostos menos tóxicos ou até em gás carbônico e água. Assim, é possível promover a preservação ambiental aliada ao desenvolvimento social, energético e econômico. Fonte: Ciência Hoje On-line, 16/06/2008.

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