A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anuncia que pretende trocar toda a sacaria plástica utilizada para embalar seus produtos por sacos de fibras vegetais como a juta. De acordo com o técnico de planejamento da Companhia, Ivo Naves, a medida integra o plano de gestão ambiental. A Companhia aproveitou o encontro de representantes de produtores de malva e juta, na 6ª reunião da Câmara Setorial Nacional da Cadeia Produtiva de Fibras Naturais do Ministério da Agricultura, que ocorreu pela primeira vez em Manaus, na última semana, para oficializar o projeto.
Segundo informações da Conab, novas diretrizes poderão dar força no tocante ao atendimento pelos órgãos federais. “A substituição do plástico para o produto biodegradável vai além da consciência ecológica”, explica Naves. A iniciativa garante, também, a economia a longo prazo. “É incomparável a qualidade e durabilidade entre a juta e o material sintético”, afirmou.
De acordo com os produtores, a juta é o único material totalmente biodegradável que não depende de compostagem para decomposição como os plásticos biodegradáveis vendidos no comércio. Além da Conab, pesquisadores e representantes da Embrapa, também presentes no evento, também mostraram interesse em criar uma junta científica especializada no segmento de fibras vegetais. “Foram firmadas medidas concretas para beneficiar e desenvolver o segmento de fibras vegetais, bem como a máquina que vai acabar com o trabalho pesado enfrentado pelos produtores na hora da produção.
A renovação da política que impede que fios e fibras oriundos do sudeste asiático entrem no Brasil com preços abaixo da média, gerando concorrência desleal é outra grande vitória”, lembrou o presidente da Federação da Agricultura do Amazonas (Faea), Muni Lourenço.
Próximos passos
Para ajudar a impulsionar ainda mais o setor, a Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror) articula uma reunião entre produtores de juta e representantes de supermercados e atacadistas de Manaus. O objetivo é propor aos supermercados da capital a substituição das sacolas plásticas oferecidas atualmente por sacos “ecologicamente corretos” feitos a partir das fibras de juta e malva. Estima-se que por conta da queda nas exportações de café (embalados por sacos de fibra) e da concorrência desleal com fibras asiáticas, mais de 400 toneladas de juta ficaram estocadas nas cooperativas do interior do Estado em 2012.
Estado
Cadeia produtiva prioritária no Programa de Governo Amazonas Rural, a produção de fibras naturais possui demandas de novas tecnologias. O diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), Edmar Vizolli, afirmou que o setor ainda carece de ações prioritárias. Segundo o Idam, o Brasil produz 14 mil toneladas de juta anualmente. De todo cultivo, o Amazonas é responsável por 90%, onde se destacam os municípios de Manacapuru, Anamã, Anori, Beruri, Codajás, Coari, Caapiranga, Iranduba, Manaquiri e Parintins.
Uma estimativa mostra que aproximadamente cinco mil produtores rurais trabalham com a colheita das fibras às margens dos rios. As fibras de juta e malva são utilizadas para confecção de sacarias biodegradáveis, que geralmente são utilizadas para o armazenamento de grãos.
Fonte: Portal Ecoreserva
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