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Lixo marinho elevou número de mortalidade de tartarugas em 2009

22/01/2010

Entre os meses de janeiro e agosto de 2009, mais de 44% das tartarugas necropsiadas pela equipe do Projeto Tamar no litoral dos Estados do Ceará, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina morreram por causa da ingestão de lixo.
A negligência com o lixo tem sido uma das principais causas da elevação do número de mortes de tartarugas marinhas no litoral brasileiro. O levantamento mostra que das 192 tartarugas mortas, 80 tinham objetos em seu trato digestivo (estômago), principalmente plástico.
O levantamento feito pela equipe do Projeto Tamar dá conta de que no ano passado, das 266 tartarugas necropsiadas, 65 foram encontradas com lixo no aparelho digestivo.
Em Ubatuba-SP, dos 70 animais necropsiados, em 2006, 20 tinham plástico em seus conteúdos gastrointestinal; no Espírito Santo, de 25 tartarugas, seis tinham plástico. Na Bahia, das 11 tartarugas necropsiadas, sete apresentavam o mesmo problema. Quanto à espécie, 24 eram verde (Chelonia mydas), oito de pente (Eretmochelys imbricata) e uma era cabeçuda (Caretta caretta).
As tartarugas não distinguem sacos plásticos de seus alimentos preferenciais. As espécies verde e de couro, por exemplo, não distinguem algas ou águas vivas, seus alimentos prediletos, do lixo.

Plástico forma maior parte do lixo marinho

Quando as tartarugas ingerem o lixo, o trato gastrointestinal não tem capacidade de digerir e o que não é alimento fica paralisado. As tartarugas têm a sensação de saciedade e param de se alimentar, explica um dos pesquisadores do Tamar, Gustave Lopez.
O lixo é uma das principais ameaças ao ecossistema marinho. Há anos as equipes do Projeto Tamar lutam para conscientizar turistas e pescadores de que garrafas, sacos, embalagens de comida, copos e talheres são os objetos que formam a maior parte do lixo encontrado no oceano.
O estudo da ONU indica que o verão é o período do ano em que se acumula a maior parte do lixo marinho produzido pelos turistas. Atualmente, o lixo produzido pelos turistas, somado ao produzido pela indústria pesqueira e outras atividades econômicas que usam o oceano como ambiente de trabalho, representa 675 toneladas de resíduos sólidos despejados, por hora, no mar. Desse total, 70% são de objetos de plásticos.
De acordo com a responsável pela Coordenação Nacional de Veterinária do Tamar no Espírito Santo, Cecília Baptisttote, no mundo inteiro, a cada um minuto, são descartados um milhão de sacos plásticos. Esse valor corresponde a 1,5 bilhão de sacos plásticos descartados por dia e mais de 500 bilhões por ano.
Em 30 anos, o Projeto Tamar protegeu mais de sete milhões de tartarugas, mas apesar de todo o esforço elas ainda correm risco de extinção, por isso, “todo esforço para a preservação desses animais do ecossistema é válido”, diz Gustave Lopez. Cecília Baptisttote diz que “esse é apenas um dos problemas que ameaçam a vida desses animais”.
Segundo ela, dentre as principais causas de mortalidade de tartarugas marinhas está a pesca incidental, que mata principalmente indivíduos juvenis ou adultos em processo reprodutivo. “Esses últimos representando uma perda muito maior do ponto de vista biológico”, garante ela.
Outra ameaça é a iluminação artificial, porque espanta as fêmeas que chegam às praias para desovar e desorienta os filhotes recém-nascidos fazendo com que eles sigam para a direção oposta ao mar, onde acabam sendo atropelados ou morrem desidratados.

Fonte: REBIA Nacional / Global Garbage.

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