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Rios da região: perda de matas é igual a 23 mil campos de futebol

22/06/2011

A área de mata ciliar destruída ao longo das últimas décadas nas bacias hidrográficas dos rios Tietê/Batalha e Tietê/Jacaré, onde Bauru está inserida, tem a dimensão de 23,5 mil campos de futebol. Mais de 42,477 milhões de árvores às margens dos rios e afluentes foram derrubadas desde que a região foi ocupada.
Estes números fazem parte do mapeamento realizado pelo Instituto Ambiental Vidágua de Bauru, o qual detectou as condições em que se encontram as margens de, aproximadamente, 150 rios, córregos e ribeirões inseridos em 79 municípios paulistas. Intitulado “Atlas Regional 2011”, o estudo investigou, detalhadamente, a situação atual das chamadas Áreas de Preservação Permanente (APPs) e traçou planos de ação para que parte considerável destes trechos seja reflorestada nos próximos 20 anos.
Sob o nome de “Plano Estratégico de Avaliação da Situação Ambiental das Áreas de Preservação Permanente (APPs) das Bacias Hidrográficas dos rios Tietê/Jacaré e Tietê/Batalha”, o “Atlas Regional 2011” demandou um ano para ser concluído. Ao todo, foram investidos R$ 240 mil para a contratação de uma equipe de pesquisadores com experiência no assunto. Os recursos foram obtidos junto ao Fundo Estadual dos Recursos Hídricos (Fehidro) e aos comitês de ambas as bacias.
Segundo o coordenador de projetos do Instituto Ambiental Vidágua, Clodoaldo Gazzetta, o plano poderá ser um importante instrumento de gestão e formação de políticas públicas ambientais, já que traz projeções estratégicas para recuperação gradativa das áreas de preservação permanente, bem como, a quantidade em hectares de remanescentes conservados e possíveis medidas para protegê-los, porcentagem de áreas de APPs em situação de risco, com estabelecimento de ações de curto, médio e longo prazos.
A recuperação da mata ciliar degradada nas bacias hidrográficas dos rios Tietê/Batalha e Tietê/Jacaré só será possível com um investimento de R$ 145,659 milhões, conforme aponta o “Atlas Regional 2011”. Os recursos seriam suficientes para reflorestar 54,63% das margens dos 150 rios analisados, o equivalente a quase 18 mil hectares que foram considerados recuperáveis pelo estudo.
Atualmente, estes são espaços ocupados de maneira irregular por atividades agrícolas, edificações isoladas, pastagens, areia, solo exposto e o chamado campo sujo. Este último, caracterizado por trechos abandonados por proprietários de terras para fins de preservação - mas que ainda não foram recuperados -, representa quase um terço da área de matas ciliares que deveria ter sido protegida.
E, como o nível de conflito a ser enfrentado para a retomada destes corredores é considerado pequeno, estas áreas são tidas como prioritárias para receber projetos futuros de reflorestamento dentro dos próximos 10 anos.
Fonte de abastecimento de água para cerca de 40% da população bauruense, o rio Batalha precisa de 442 mil mudas para ter suas margens totalmente recuperadas. Atualmente, o curso d’água em toda a sua extensão – passando por Agudos, Piratininga, Avaí, Presidente Alves, Pirajuí, Reginópolis, além de Bauru - conta com 66% de áreas já preservadas, mas ainda restam 266 alqueires (o equivalente a 266 campos de futebol) a serem regenerados.
“O rio Batalha está bem preservado em termos de remanescentes. Está melhor do que o rio Jacaré/Pepira, por exemplo, porque foram muitas as ações bem sucedidas de replantio encabeçadas por iniciativas de ONGs, organismos públicos e iniciativa privada”, pondera o coordenador de projetos do Instituto Ambiental Vidágua, Clodoaldo Gazzetta.
Para reflorestar as áreas degradadas às margens do rio Batalha o investimento estimado é de R$ 2,689 milhões e pode demorar de 10 a 20 anos. Deste total, o município de Bauru arcaria com R$ 586,6 mil para plantar 96,5 mil mudas.
De acordo com Gazzetta, ao contrário do que se esperava, o “Atlas Regional 2011” divulgado pelo instituto constatou que a bacia hidrográfica do Tietê/Batalha está um pouco melhor conservada que a do Tietê/Jacaré. Enquanto a primeira bacia ainda mantém 37,4% de vegetação primitiva, a segunda preserva 37,3%. “Na verdade, elas praticamente se equiparam. Mas esperávamos uma diferença maior e favorável à bacia do Tietê/Jacaré”, assinala. (Fonte: Jornal da Cidade)
 

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