Foi criado pelos formandos do Curso Técnico em Construção Civil -Edificações da escola do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) João Martins Coube, de Bauru, um projeto que promete ser uma alternativa, tanto de aproveitamento sustentável dos materiais, quanto de impulso econômico para diferentes setores.
O projeto foi batizado de “Forreco” (originada de forro ecológico) e baseia-se na produção de placas para forro concebidas a partir da transformação do papel dos sacos de cimento vazios.
Os sacos de cimento são considerados de reciclagem praticamente inviável economicamente.
O objetivo desse projeto é tirar do meio ambiente grande quantidade de detrito poluidor, cujo tempo de decomposição é alto e resulta em poluição do ar e de lençóis freáticos pela presença de resíduos do cimento em pó, bem como, possui cunho socioeconômico, defendem idealizadores, professores e direção da escola.
“Além do caráter ecológico, também há o foco social”, destaca Ademir Redondo, diretor do SENAI de Bauru. “Proporcionaríamos material de custo menor, com a possibilidade da implantação do forro até mesmo nos empreendimentos mais populares”, enaltece o aluno Cosme Cipriano, autor do projeto ao lado dos colegas Eliane Regina Ariosi Campos, Michel Lucas Medeiros e Gildo Bonfim da Silva.
A partir do reaproveitamento, enfatiza o professor do curso e arquiteto Luiz Antônio Branco, é agregado valor a um material praticamente desprezado, inclusive por catadores de itens recicláveis.
As placas, assegura o arquiteto, são duráveis e possuem resistência. “Elas são reforçadas por fibras formadas pela própria permanência de resto de cimento junto ao papel. Esse é o contraponto. Não é viável reciclar, mas, ao mesmo tempo, isso deixa o material perfeito para o produto”, explica Branco.
“Além disso o próprio papel é de altíssima resistência”, acentua o professor, salientando, ainda, que os resíduos do cimento deixam as placas de forro resistentes ao fogo. Testes feitos com auxílio de maçarico comprovam essa característica, asseguram aluno e professor. “O fogo não atravessa”, garante Branco. “Claro que muitos outros testes ainda precisam ser feitos. Estamos em fase inicial”, pondera.
Em Bauru, o entulho da construção civil legalmente recolhido é remetido para um bolsão controlado. Previsto pela Resolução n° 307 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que classifica os resíduos de acordo com categorias. O procedimento, além de evitar a poluição, seja do solo, ar ou visual, ainda auxilia no controle de outro problema ambiental, as erosões.
Os chamados resíduos inertes (tijolos, blocos ou cerâmicas), detalha o diretor do Departamento de Ações e Recursos Ambientais da SEMMA, por não necessitarem de qualquer processo de beneficiamento, quando não há incentivo para reaproveitamento por parte dos próprios construtores, são empregados no combate às fissuras no solo.
“Temos a Lei Municipal n° 4.646, de 2002, que permite a utilização dos resíduos para conter a voçoroca e hoje destinamos para algumas áreas erodidas”, acrescenta o diretor do Departamento de Ações e Recursos Ambientais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMMA), Sidnei Rodrigues.
Já os rejeitos de outras especificações, detalham o secretário Valcirlei Gonçalves da Silva e o diretor de divisão da Semma, são encaminhados para áreas adequadas em outras cidades, a cargo das próprias construtoras. (Fonte: Jornal da Cidade)
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