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Casca das árvores filtra a poluição

09/10/2009

Este mês será defendida uma tese pelo Laboratório de Poluição Atmosférica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), a qual mostrará algo já percebido pelos paulistanos: a sensação de que o nosso organismo está mais protegido da poluição dentro dos parques do que nas extremidades ou fora deles. O estudo mostra que a concentração de metais pesados no ar é maior nos trechos das áreas verdes próximos as avenidas do que no meio dos parques. O que provoca essa diferença são as árvores, principalmente as do entorno. Elas absorvem os poluentes nas cascas, funcionando como um filtro. A constatação foi feita pela engenheira florestal Ana Paula Martins, de 34 anos, doutoranda do Laboratório de Poluição da USP, quem estudou por quatro anos amostras de cascas de árvores de cinco parques da capital: Trianon e Luz, na região central, Previdência, na zona oeste e Ibirapuera e Aclimação, na zona sul. Para chegar aos índices, a engenheira coletou amostras de cascas da camada externa das árvores que ficavam a 1,5 m de distância do solo. "O ar traz os poluentes, que ficam depositados nas cascas", afirma Ana. As árvores com maior concentração de poluentes beiram avenidas com grande fluxo de tráfego, como a Avenida Paulista, onde fica o Parque Trianon. Ana Paula diz que o escapamento, a freada e o arranque dos carros, que soltam pedaços de pneu, liberam partículas de metais. "Enxofre, zinco, chumbo e cobre vêm da poluição veicular", diz. A dosagem dos metais nas cascas das árvores pode ajudar a listar tipos de poluentes no ar. A CETESB faz a medição somente dos gases e não indica a sua concentração ideal para evitar males à saúde. "Encapar as avenidas com cobertura vegetal pode diminuir o impacto da poluição na saúde, além de aumentar a qualidade do ar", explica o professor Paulo Saldiva, médico, pesquisador do Laboratório de Poluição da USP e orientador da tese de Ana, recomendando que a população troque o carro pelo transporte coletivo para melhorar a qualidade do ar. Embora não haja um estudo confirmado sobre o real impacto desses elementos na saúde humana, inalar metais pesados pode trazer mal-estar tanto imediato, como tontura e dificuldades de aprendizado. Apesar disso, o que se sabe é que essas substâncias são tóxicas para o corpo. "Elas podem induzir a doenças como câncer e distúrbios neurológicos", afirma o pneumologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Ciro Kirchenchteje. Já algumas partículas grandes de metais ficariam retidas nos pelos do nariz, evitando a sua inalação. "Mesmo assim, podem irritar os olhos e secar a mucosa do nariz." (Fonte: Estadão Online).

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