Conhecido como Fairtrade, esse movimento busca estimular a produção com uso de mão de obra bem paga, preços mínimos para os produtos e sistemas de cooperativas. Para garantir isso, foi criado um selo para certificar os produtores. O café é o principal produto de exportação do comércio justo no Brasil. Os consumidores do “comércio justo”, ou “comércio solidário”, comprariam a mais cara, independentemente do momento de crise. Mesmo numa situação de corte de custos, o costume deste cliente é de não fazer substituições por produtos mais baratos. “O consumidor pensa: só vou parar de comprar café de comércio justo se um dia eu parar de tomar café”, resume Fabíola Zerbini, secretária executiva do Faces do Brasil. O selo oficial do “comércio justo” é o Fairtrade. Para receber a certificação os produtores se unem em cooperativas e inscrevem-se no site da FLO (Fairtrade Labelling Organizations International), entidade criadora do programa e responsável pela distribuição dos certificados que tem que cumprir alguns critérios, como um preço mínimo para o produto, que cubra a produção e um bom pagamento para os produtores. Cumprir estes critérios encarece a produção e, é por isso, que o valor final fica mais caro. Nos países onde já há este sistema, estes cooperados recebem a visita de uma auditoria que verifica se estes requisitos estão sendo cumpridos. No Brasil a companhia que realiza esta fiscalização é a BSD Brasil. O diretor da empresa, Beat Grüninger, diz que este tipo de comércio poderia sofrer com a crise, devido à escassez de crédito. Mas isso não tem acontecido, graças à fidelidade dos consumidores de produtos certificados pelo Fairtrade. “O comprador do café de comércio justo tem uma cultura diferente: ele não quer deixar o produtor na mão. Ele é comprometido”, diz Grüninger. No Brasil ainda é difícil encontrar produtos com o selo Fairtrade. Atualmente há no Brasil 25 cooperados com certificação, que exportam uma média de US$ 50 milhões por ano. O principal produto é o café, que vende anualmente cerca US$ 20 milhões. Ainda é muito pouco perto das exportações totais de café do país, que contabilizaram US$ 4,733 bilhões em 2008. Segundo Grüninger, o Wal-Mart é o maior importador de café certificado do Brasil, com aquisições de cerca de US$ 8 milhões por ano. É a única empresa que recebe o produto já industrializado e embalado. Para todas as outras, o café sai daqui em grão verde, que ainda deve ser moído. Ainda não há empresas brasileiras que compram o café de comércio justo para distribuí-lo por aqui. O Faces do Brasil em parceria com cooperativas encaminhou um projeto ao Ministério do Trabalho e Emprego que propõe o reconhecimento e apoio do governo à venda dos certificados dentro Brasil. “O Brasil seria o primeiro a legitimar o comércio justo como política nacional”, diz Fabíola Zerbini, secretária executiva do Faces do Brasil. (Fonte: Época Negócios)
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