"O ipê é o novo mogno”, e, se não for protegido, como a famosa árvore de madeira vermelha, tende a ter um fim trágico. O alerta aparece em artigo na revista científica "Biological Conservation". Os pesquisadores estimam, baseados em dados oficiais do governo, que só em 2004, cerca de 1,1 milhão de m3 de ipê foram explorados para gerar 167 mil m3 de madeira exportada. "Essas estimativas são comparáveis aos volumes de mogno extraídos da Amazônia brasileira durante a corrida pelo mogno no final da década de 1980 e começo dos anos 1990", ressalta o artigo, cujo autor principal é Mark Schulze, da Escola de Recursos Florestais e Conservação da Universidade da Flórida (EUA). Outro problema é a baixa regeneração da árvore. De acordo com o professor de reprodução e genética florestal da USP (Universidade de São Paulo) Paulo Kageyama, espécies raras como ipê e mogno "só se regeram sob clareiras pequenas", menores do que 1.000 m2. Após campanhas de proteção do mogno, como a feita pelo Greenpeace em 1996, o governo federal decretou a primeira moratória para novos projetos de exploração da espécie, e em 2003, passou a vigorar a inclusão do mogno no anexo 2 da Cites (Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas), que exige uma exploração legal e comprovadamente sustentável. São responsabilizados os países produtores e os consumidores pelo controle compartilhado do comércio, o que contribui para reduzir o contrabando. Na prática, houve a proibição do comércio do mogno no país. Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon, concorda que o ipê deve ser protegido, adotando-se o princípio da precaução. Segundo ele, essa madeira é excepcional - durável, estável, aguenta bem a chuva, mas ressalta que seu repovoamento na floresta é muito difícil. (Fonte: Portal REMADE / Folha Online).
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