A Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), produzida pela Organização das Nações Unidas (ONU), no início da Guerra Fria, completou 60 anos na última quarta-feira, dia 10 de dezembro. Considerada um marco para o avanço da garantia de direitos de grupos minorizados, como mulheres, negros, indígenas, quilombolas, homossexuais, entre outros tantos, o documento de princípios genéricos ganhou novos significados ao longo das décadas. De acordo com o historiador, escritor e professor universitário Ney Vilela, os direitos humanos alcançaram uma abrangência além da não-violência e do acesso a direitos sociais básicos como moradia, alimentação, saúde e educação. Uma das vertentes mais recentemente discutidas, por exemplo, trata do direito à vida em um ambiente equilibrado, o que contempla não somente a preservação da natureza, mas também a relação do homem com o espaço urbano, suas condições de transporte, higiene e saneamento e também a despoluição do ar e rios dentro das cidades. No entanto, segundo Vilela, o direito a um ambiente apropriado ainda é um grande desafio, porque passa pela necessidade de educação dos indivíduos, só podendo ser colocada em prática quando houver a superação da miséria que assola milhões de seres humanos. “É natural que nós precisemos lutar pelo equilíbrio ambiental, mas a sustentabilidade só será possível quando os países ricos consumirem menos e quando os países subdesenvolvidos conseguirem melhorar as condições de trabalho e educação de seu povo”, acredita. Para o historiador, a única maneira de caminhar em direção à garantia desses direitos será através da sociedade civil organizada, complementando ainda que o Estado já não pode ser mais entendido como o ente paternal que vai distribuir a Justiça e fazer com que as coisas funcionem bem. (Fonte: Jornal da Cidade, 10/12/2008)
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